Máscaras e cubos de gelo!

Sempre quis me mudar para onde houvesse pessoas e vida.
Cansada da calmaria e o desejo do anonimato, peguei a mochila e partir...diziam que aqui era o paraíso, a euforia e a solução.
Ao chegar me encantei com a multidão e arranha-céus, me orgulhei da escolha que fiz.
Mas agora percebo que vivo num baile de máscaras. Não há sentimento algum e nem rostos próprios, é tudo cópia de uma imagem que desconheço.
Ontem a noite ouço de uma mulher no ônibus a descrição de um triste acidente que ocorrera na avenida principal, onde uma pessoa “foi dessa pra melhor”. Ela dizia que aquela cena tinha sido horrível, então atentei meus ouvidos para escutar a história e foi quando ela falou: “foi horrível, um sol do meio-dia, uma saco de lixo preto jogado na rua e um trânsito infernal” e se calou.
Qual é o valor da vida?
Pensava até dias atrás que era uma pessoa azarada por alguns desejos não se realizarem, mas agora percebo que assim eu continuo livre para voar e encontrar um lugar onde as pessoas tenham coragem e orgulho de se mostrarem e viverem, um lugar onde realmente haja felicidade sem medo ou culpa.